quarta-feira, 30 de dezembro de 2009



Ainda que digamos que não, continuamos a ser o produto, agora reciclado, na persistente mania, quando nos destacamos dos nossos semelhantes.

Deixamo-nos intoxicar por uma ideia de sucesso baseada na capacidade de nos diferenciarmos dos semelhantes, de vencê-los como quem triunfa sobre os inimigos ou derrota a concorrência, em vez de nos aproximarmos dos outros. Esta diabólica forma de ser é desastrosa, se sente a sua influência, desperdiçando assim as potencialidades criativas e inovadoras das múltiplas parcerias e sinergias que o relacionamento horizontal entre as pessoas proporciona. Guiados por ela, vamos perdendo talentos, se bloqueia a dinamização de inusitadas capacidades colectivas, asfixiando os embriões futuros da NOVA MAE TERRA e com este comportamento inconsciente, esquecemos como se não existisse, o mais precioso recurso no desenvolvimento de pessoas e comunidades: o capital humano social (recurso abandonado, mas imprescindível nesta “transição”, que só será efectiva, na tomada ou mudança de consciência)

A Permacultura não se predica: se pratica e se atinge, sem forçar o seu próprio dinamismo natural. Porque ela nasceu nas dores de parto da MAE TERRA e faz parte da consciência desta renovação actual.

A natureza tem os seus ritmos vibracionais, não existe liderança nos reinos de organismos (com excepção dos humanos, no reino animal). A abelha rainha não lidera as outras abelhas. As colónias de formigas não têm chefe (nem coordenador, nem facilitador). Como escreveu a cientista Deborah Gordon (professora de ciências biológicas em Stanford, que pesquisou durante 17 anos colónias de formigas no Arizona), “o mistério básico que cerca as colónias é que nelas não há administração... Não há nenhum controle central. Nenhum insecto dá ordens a outro ou o instrui a fazer coisas de determinada maneira... De fato, não há entre elas líderes de qualquer espécie”. E não há, ademais, qualquer programação genética capaz de determinar um tipo de comportamento especializado em relação aos demais indivíduos da espécie: “as formigas não nascem para executar certa tarefa; a função de cada uma delas muda juntamente com as condições que encontra, incluindo as actividades de outras formigas” .

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

MAPAS MENTAIS E VISÕES COLECTIVAS DO PRESENTE




(Quem discute e compartilha de uma acção, tem mais facilidade em alcançar e compartilhar a vitória de um alto resultado de um bem comum, conforme li e concordei com o livro do Horácio Soares, “O Tiro e o Alvo.)

Os humanos sempre tiveram e sempre terão problemas quando prescindem de mais gente para ajudar a pensar, seja para ganhar em velocidade, p
rofundidade, qualidade ou posterior adesão. A opção pela resolução dos mesmos, via Inteligência Colectiva, do trabalho colaborativo em rede descentralizada, depende de uma postura diante do mundo e do domínio do EGO de cada um. O único caminho para tal fim são as redes descentralizadas como forma de resolver problemas. As redes centralizadas e controladas pelo status/Ego não quer perder o controle das mudanças. As redes centralizadas, pelo controle rígido, dependem menos da vontade das pessoas, pois há uma pressão maior. As pessoas em princípio colaboram, depois surgem os conflitos de EGOS, as divisões em grupos de ter ou não ter razão, acabando por chegar a derrota do fim previsto. As redes descentralizadas precisam da motivação, de espaço para a iniciativa, portanto, pedem um objectivo maior que transcenda o ego de cada um. Algo que desperte o bem comum, deixando para a auto-regulação de seus membros o espaço da reflexão. Para que haja um envolvimento em redes descentralizadas, é necessário que exista uma causa maior, um envolvimento que faça bem para cada um e para um todo, o bem comum. As pessoas colaboram voluntariamente quando consideram que podem, de alguma forma, mudar o mundo.

A inclusão, é a nossa capacidade
de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem excepção. A inclusão é estar com, e interagir com o outro. O EGO descrimina e viola os direitos das pessoas com base em critérios injustificados e injustos. Uma grande parcela da sociedade é excluída dos seus mais elementares direitos como ser humano pelo sistema criado. Essa cultura valoriza somente os capazes, inteligentes, vencedores criando na nossa mente a imagem que todos que conseguem dinheiro, riquezas e poder são realmente os detentores da felicidade e da perfeição humano na terra. Estes são apenas alguns dos aspectos que apontam para uma espécie de assimetria entre a dimensão do indivíduo (com suas preferências, interesses, inteligência) e aquela do colectivo, onde os indivíduos são convocados a agir, decidir, adoptar comportamentos não apenas em função de si mesmos, mas também conjuntamente. Conhecer uma delas não necessariamente nos garante compreender a outra. Vencer essa distância é o que deve mobilizar parte de nossos esforços para entender e actuar em projectos que envolvam redes sociais e que dependem, portanto, do engajamento efectivo das pessoas. ''Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças'' "Uma rede de pessoas interessadas pelos mesmos temas é não só mais eficiente do que qualquer mecanismo de busca", "mas sobretudo do que a intermediação cultural tradicional, que sempre filtra demais, sem conhecer no detalhe as situações e necessidades de cada um" (Lévy, 2002). Lévy está profundamente convencido, de que um grupo em rede se forma, acaba por representar uma importante riqueza em termos de conhecimento distribuído, de capacidade de acção e de potência transformadora. * Pierre Lévy, A Conexão Planetária: o mercado, o ciberespaço, a consciência. São Paulo: Editora 34, 2001.

sábado, 19 de dezembro de 2009

UMA ESPIRAL DE ENERGIA SINERGICA, ACONTECEU HOJE

Hoje sábado, na companhia do nosso amigo e colaborador, Hugo Baptista, fomos conhecer e criar SINERGIAS, com os nossos vizinhos, Maximino e a sua esposa de Alemanha.
Estão em Friestas, concelho de Valença, a poucos kilómetros das instalações de Senda Verde, estão com um projecto de Hípica e a criação de cavalos.
Falamos dos recursos locais e do seu abandono na falta de iniciativas, esclarecendo e estando de acordo, que as iniciativas, partem de nós no desenvolvimento local e que o grande apoio que devemos ter e criar são SINERGIAS nos nossos projectos, vislumbrando sempre uma autosuficiencia plena para eles.











Hoje ganhamos, uma abóbora de cultivo organico, esterco de cavalo para as primeiras compostagens e uns amigos em Energia Sinérgica, o único que nos pediram, foi estar presentes nas provas do biogas/biodigestor.
Obrigada Hugo, pela facilitação.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

AUTOSUFICIENCIA ENERGÉTICA

Enquanto ainda dependemos fortemente de plantas centrais que nos fornecem energia (gás, carvão, energia hidroelétrica ou nuclear) a um custo ou oferta sobre os quais não temos nenhum controle, o mundo já está cheio de soluções que podem ser usadas localmente, em escalas menores, como por exemplo a energia eólica, solar,biogás e hidrica. Muitas dessas energias podem ser utilizadas de forma individual.
Já temos tecnologia e condições de começar a criar, hoje - e não em um futuro que nunca chega - um sistema que contemple a produção e utilização local. Está nas mãos de cada indivíduo, associação de bairro, empresário ou associação de empresários, lojistas, cooperativas e organizações não-governamentais e mesmo instituições governamentais como universidades, hospitais e demais órgãos públicos que, desta nova configuração da produção e distribuição da energia se poderão beneficiar.
Senda verde considera importante concentrar esforços na autosuficiencia energética e alimentar contribuindo na oferta de esclarecimentos com novas possibilidades de trabalho com os movimentos sociais, as escolas, o governo local e as empresas que estiverem interessadas na perspectiva aqui apresentada.












A AGUA QUENTE E A COMPOSTAGEM DA BIOMASSA.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

ACONTEÇEU O ENCONTRO DA SEMENTE EM MELGAÇO

Como forma de sistematizar a recolha de variedades tradicionais portuguesas ainda existentes, a Colher Para Semear fez em Setembro um levantamento na região. Este método, em diferentes regiões do país, tem-se mostrado eficaz, conseguindo-se assim obter um conhecimento agrícola dessa mesma região.






Esta iniciativa foi promovida pelo Município de Melgaço e Associação Colher para Semear - Rede Portuguesa de Variedades Tradicionais, tendo decorrido em Lamas de Mouro a exposição de variedades tradicionais e a Mostra da recolha de variedades locais.
O grande número de variedades encontradas neste levantamento demonstra a importância destes encontros, assim como a riqueza da região na diversidade de espécies cultivadas e espontâneas, que é dever e responsabilidade de preservar.
O objectivo claro é, incentivar o cultivo de variedades locais e contribuir para a protecção das sementes tradicionais, na Biodiversidade Agrícola.

ENCONTRAR, RECOLHER, IDENTIFICAR E DEPOIS?
Para assegurar a vida deste património é preciso, em primeiro lugar, dar conhecimento da sua existência em iniciativas como esta. Depois, importa chamar a atenção para as suas qualidades, do ponto de vista alimentar, e para a diversidade dos seus usos na culinária.
A presença destas variedades nos mercados locais é, necessariamente, uma condição para a sua venda, devido à dimensão e características próprias da sua cultura. Por esta razão, o crescente desaparecimento deste tipo de mercados, que os torna praticamente inexistentes em certas regiões, deverá ser também tema de reflexão.
Mercados locais estimulam produção local, produção local contribui para a preservação das variedades tradicionais - melhor adaptadas às condições específicas de cada região - e, assim sendo, a população agrícola poderá usufruir de uma economia autónoma, certamente mais
estável e saudável, e igualmente produtiva.

A "MESA DOS SÁBIOS"


ALGUNS AGRICULTORES E AGRICULTORAS DA REGIÃO PARTILHARAM CONOSCO AS SUAS EXPERIENCIAS E PRÁTICAS DO DIA A DIA, COMO GUARDIÕES DE SEMENTES E CULTURA ANCESTRAL DA REGIÃO, TUDO A FAVOR DA PRESERVAÇÃO DA NOSSA FUTURA HERANÇA ALIMENTAR.





Agradeçemos a José Miguel Fonseca da Red Portuguesa de variedades tradicionais e a todo o seu equipe, pelo seu contributo a favor desta Região do Minho.

Contacto:
Quinta do Olival- Aguda
3260-044 Figueiró dos Vinhos
collerparasemear@gmail.com